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  • Foto do escritorAndressa Aricieri

Depressão na arte: Literatura

Atualizado: 18 de out. de 2018

Não é de hoje que distúrbios como ansiedade, pânico e depressão são diagnosticados.


Desde antes dos anos 1900 eles já ocorriam, mas tudo era tratado com banalidade pois ninguém sabia o que realmente estava acontecendo. Com base nisso, o período do romantismo inspirou muitos autores a escreverem sobre um lado mais obscuro de suas personalidades.


Este movimento literário surgiu no final do século 18, com Lord Byron. As características deste poeta britânico vinham de sua melancolia romântica e pessimista. Quando o movimento chegou ao Brasil se dividiu em três fases. Porém, a mais influenciada por Byron foi a segunda, conhecida como 'geração Byroniana', ou 'Mal do século', que teve como um de seus representantes no país o poeta Álvares de Azevedo.


Álvares de Azevedo escreveu, por exemplo, o livro 'Lira dos 20 anos' nessa idade, que é normalmente quando a depressão se desenvolve. De acordo com uma pesquisa feita pelo jornal O Estado de São Paulo, o índice mostra que pessoas entre 18 e 29 anos são as mais acometidas.


O psiquiatra Marcelo Calcagno afirma que a chance de o distúrbio se manifestar em indivíduos com 60 anos ou mais é três vezes menor que em jovens adultos. "Fatores como perda de emprego, estressores familiares, divórcios e conflitos podem ajudar a desencadear", ressalta.


Além disso, a transição da adolescência para a fase adulta também é um estimulante. Quando 'Lira dos 20 anos' foi lançado, muitas pessoas foram encontradas mortas com um exemplar do livro no bolso.


Segundo o professor de literatura José Roberto de Sousa, "o poeta escrevia sobre a ausência de amor e a metafórica morte dele por falta da amada, o que fazia a vida parecer banal, então as pessoas se identificavam e acabavam se matando, já que o Álvares de Azevedo tratava desse tema em quase todos os poemas da fase do mal do século".


E assim como outros poetas desta época, Álvarez de Azevedo morreu cedo, poucos meses antes de completar 21 anos. Diferente do que se pode imaginar pelos seus poemas, ele morreu vítima de uma tuberculose pulmonar que agravou para um tumor em parte do abdômen.


Abaixo um poema que aborda o tema da morte e a análise:


Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! Não levo da existência uma saudade! E tanta vida que meu peito enchia Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! votei meus pobres dias À sina doida de um amor sem fruto... E minh’alma na treva agora dorme Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?!... morra comigo A estrela de meus cândidos amores, Já que não levo no meu peito morto Um punhado sequer de murchas flores!

O poeta, já na primeira linha, aborda o tema moribundo, já se despedindo de seus sonhos, aparentemente não realizados. Inclusive, o sentimento que o poema traz é de insuficiência e fraqueza. Assim como explicado, a característica muito marcada também é a da perda do amor, expressa pelo último parágrafo.


Os poemas encontrados no livro ‘Lira dos 20 anos’ abordam muito os temas característicos, alguns mais camuflados que outros, porém, na época em que isso aconteceu, as pessoas não procuravam ajuda por nem terem ideia de que aquilo fosse algum distúrbio, e isso acarretava sentimentos depressivos e de falha.



Por isso, por mais camuflados que sejam os sintomas (como dores de barriga, cansaço extremo, falta ou sono em excesso, dificuldade de concentração), é necessário procurar ajuda de algum profissional especializado.

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Eu sofro de depressão, e apesar de não ter um diagnóstico
oficial, eu acredito ser uma disordem. Me identifico com
vários pontos típicos desse tipo de depressão.

Wolf

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