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  • Foto do escritorThay Soares

Precisamos falar sobre Hannah Baker

Aos que dizem o contrário, que olhem ao redor. No fim do dia, a arte imita a vida.


Assuntos de temas polêmicos e cada vez mais populares chamam a atenção da mídia artística: aquilo que dá o que falar também dá muito o que vender.


Recentemente, uma série chamada "Os 13 Porquês", derivada de um livro com o mesmo nome, vêm causando uma divisão de águas dentro da sociedade. Ambas as obras abordam um assunto que até então seria um tabu deliberado: o suicídio.


A estudante Hannah Baker, de 16 anos, é encontrada morta na banheira de casa por seus pais. A partir desta cena, um cenário cada vez maior e mais complexo começa a tomar forma. Os motivos pelo qual ela toma essa atitude preenchem os 14 episódios da primeira temporada, que foi lançada em 2016.





Antes de cometer o suicídio, a garota deixa treze fitas para que sejam escutadas por todos que a machucaram de algum modo. Em cada fita há uma história e uma revelação sobre cada um de seus antigos colegas de escola, e até mesmo de seus professores.


A série aborda temas como o bullying, que por consequência alimenta a ansiedade, o pânico e, principalmente, a depressão. Todos esses transtornos são fatores que levaram Hannah a tirar sua própria vida. Apesar das cenas polêmicas, a distribuidora Netflix deixa claro que a intenção era alertar sobre algo tão presente e tão escondido na sociedade. São tantos os casos de sofrimento por esses exatos distúrbios que muitos acabam por banalizar, ignorar e satirizar.


Ao longo dos episódios da primeira temporada, Hannah chega a pedir ajuda aos colegas, professores e aos seus pais. Infelizmente, como acontece fora das telas, todos acham que é algo passageiro e irrelevante. Coisas da idade – apenas uma fase, diga-se de passagem.


Já na segunda temporada, lançada no final de maio deste ano, foi abordado o julgamento de Hannah, onde os pais processam a escola por não terem dado o apoio necessário. Os 13 episódios da série relembram a primeira parte, mas dessa vez, cada um contava a história de uma só pessoa.


Durante o que cada pessoa testemunhava, a mãe de Hannah, Olivia, relembrava ocasiões em que a garota pediu auxílio para resolver um problema ou uma simples questão. No final, a jovem sempre acaba sendo tratada com indiferença pela própria mãe.


O apoio, que não vinha da própria casa, deturpava toda sensação experimentada por Hannah já que ela se sentia longe de ter segurança familiar. Ela não tinha para onde correr. Logo, como um plano B, recorreu à amigos que pudessem ajudá-la, mas eles também não o fizeram, deixando a garota vulnerável a qualquer surto ou tentativa de suicídio.


Essa sensação de abandonamento é intensificada durante crises de ansiedade, pânico, e até mesmo durante o estado depressivo.



O problema


O debate circula ao redor da resposta da audiência: seria o tema “pesado” demais para visualização do público alvo, já considerado como o mais sensível – os adolescentes?


A psicóloga clínica Thalita Lacerda Nobre, Mestre e Doutora em Psicologia Clínica, diz que diferentemente do que se acreditava, a série possibilitou mais reflexão sobre a questão do suicídio do que propriamente suicídios em massa. O medo que se tinha e que se tem, é que as produções de arte possam influenciar na mente das pessoas de modo que elas se identifiquem com os personagens.


Ainda segundo ela, Os 13 Porquês não possui tamanha identificação com relação à personagem principal por ser uma realidade mais intensa, caricata.



A solução


Certamente é uma série que tem servido para discussão. N.F., estudante de Ensino Médio diagnosticado com depressão, entra com um contraponto. “Eles forçaram demais, são muitas cenas desnecessárias”, afirma. Ele acredita que, ao assistir a série, pessoas que também sofrem com tais sintomas tão explicitamente colocados podem vir a ter uma piora.


Quem concorda com essa afirmação é a psicóloga Greicy Savoy, que em entrevista ao Calma, é Psicológico!, disse não sugerir essa série para nenhum de seus pacientes com problemas de APD.


Muito pelo contrário.


“Agora, se for uma pessoa que tem curiosidade em conhecer e entender esse lado comportamental, por que não?”, conclui.

O certo, então, seria recomendar produtos que focam na luta e na busca pela melhora. A série Os 13 Porquês, apesar de trazer um enfoque moderno para esse tabu antigo, mostra apenas a decadência que a personagem enfrenta.


Fica a recomendação dos profissionais: vale a pena assistir para conhecimento, mas nunca para tratamento.

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Eu sofro de depressão, e apesar de não ter um diagnóstico
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