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  • Foto do escritorThay Soares

Não, não é só uma fase.

Atualizado: 18 de out. de 2018


No começo, as preocupações.


É como mergulhar num oceano revolto sem saber nadar. A cada onda, um novo desespero. Essa sensação de agonia extrema não pode ser atribuída a eventos químicos no organismo – o coração palpita, mas não é ataque cardíaco. A boca seca, mas não é desidratação.


Entre tantos sintomas que falam, esses gritam.


De repente, a calmaria. Em outro segundo, o vendaval.

E então, eis uma época em que o “calma, é psicológico!” se torna algo digno de atenção.


Estamos falando do mal do século: a ansiedade social. Antes de mais nada, vamos entender o que isso significa na sociedade atual.


A ansiedade é um transtorno psicológico que deve levar em consideração todas as experiências vividas pela pessoa. Sua incidência depende de uma alteração no sistema nervoso central, deixando o indivíduo "acelerado" e com sentimento de excessiva agitação.


Atualmente, é um distúrbio muito comum que acomete muitas pessoas.


18,6 milhões de brasileiros convivem com o problema

Há quem diga que a ansiedade seja uma porta aberta para o pânico mais severo. O indivíduo se encontra impossibilitado de realizar tarefas demasiadamente simples, como pegar o elevador, falar com um conhecido ou até mesmo sair de casa.


Nelson, 18, estudante de arte, sofre de sintomas depressivos acarretados pela ansiedade social. Manter relacionamentos com seus colegas de classe tornou-se um desafio cujas barreiras são impossíveis de quebrar em momentos de fraqueza.


"A solidão é a grande causadora dos meus problemas", diz o estudante, cujas limitações o impedem de se divertir na presença de seus familiares. "Meus pais tentam me ajudar, mas hoje evito tocar no assunto para não os perturbar novamente".


Os limites psicológicos estabelecidos pela mente do ansioso podem vir a se tornar mais tangíveis quando não tratados de forma correta. A sensação de agonia cresce a cada instante. É nesse momento que a ansiedade se transforma em pânico: o motivo de todos os limites impostos a si mesmo.


Foi em uma viagem para o Chile que o engenheiro de computação, Gabriel, 23, descobriu o resultado da pressão social. A reação de desespero ao se encontrar encurralado por todos ao seu redor é muito pior do que normalmente aparenta ser.


O que pode ser visto como cotidiano na vida de uma pessoa saudável, é encarado como uma batalha de sobrevivência por quem sofre com a síndrome do pânico.

Na maioria das vezes, essas barreiras não ocorrem somente pela parte do ansioso. As pessoas ao redor se limitam a ajudar ou ao menos tentar compreender o que está se passando na mente do outro.


A falta de interesse em aprender mais sobre problemas psicológicos transforma a sociedade no maior de todos os obstáculos.


"Perdi muitos amigos e relacionamentos por conta desses ataques de pânico", acrescenta o engenheiro.


Brasil é o líder mundial em casos de ansiedade e está na quinta colocação quando o assunto é depressão. (Via OMS)


Não existe tomografia que dê um diagnóstico científico sobre ansiedade, pânico ou até mesmo depressão. Muitos pais se recusam a levar os filhos para consultórios psicológicos, já que a maioria dos casos acomete os adolescentes e as crises são vistas como a época comum do "é só uma fase".


A população em geral não se importa em tratar da mente — não enquanto epidemias se tornam prioridades na atualidade. Alguns planos de saúde nem mesmo cobrem consultas com psicólogos.


É aí que entra o psiquiatra, profissional especializado em crises mais graves, que, por vezes, necessitam de remédios e terapias avançadas.


O psiquiatra Décio Lourenço Reimão diz que a maioria de seus pacientes o procura logo após o terceiro ataque. Muitas vezes a própria família não faz ideia de que um de seus membros passa por esse problema. Enquanto alguns consideram crises psicossociais uma perda de tempo, outros não sabem por onde começar para auxiliar aqueles que sofrem com tais distúrbios.


Segundo ele, a ansiedade social se desenvolve a partir de problemas que cada indivíduo vem a desenvolver em determinadas circunstâncias. "A ansiedade em si não é o mal, o mal é o excesso dela".


Lugares cheios, como festas, baladas e até mesmo o ambiente de trabalho podem vir a acarretar o pânico com o passar do tempo, caso a ansiedade não venha a ser tratada devidamente.


Esses ataques agem quimicamente no hormônio serotonina, que tem a função de neurotransmissor e é ligado diretamente à depressão e ansiedade.


Em casos graves de eventos constantes, o dever do psiquiatra é receitar remédios específicos e sugerir acompanhamento psicológico. "Na vida, cada um tem uma fraqueza. O extremo pode causar o pânico", diz.


Hoje em dia, com a abordagem constante pelas mídias sociais e projetos como o Setembro Amarelo (conscientização da população sobre o tema suicídio), a procura por ajuda especializada vem crescendo cada vez mais.


"Não é vergonha nenhuma ter esses problemas", conclui o psiquiatra.

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Eu sofro de depressão, e apesar de não ter um diagnóstico
oficial, eu acredito ser uma disordem. Me identifico com
vários pontos típicos desse tipo de depressão.

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