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  • Foto do escritorAndressa Aricieri

O perigo do autodiagnóstico e da automedicação

A ansiedade e a depressão são os distúrbios mentais mais comuns da atualidade.


A ansiedade pode ser considerada como ‘excesso de futuro’ e a depressão como ‘excesso de passado’. Uma em cada três pessoas desenvolve um transtorno mental. Na depressão, para cada homem, há duas mulheres. As informações são do livro “Não é coisa da sua cabeça”, de Naiara Magalhães.


Os sintomas que perpetuam esses problemas são tantos que não é possível ter um parâmetro 100% preciso se que tudo o que a pessoa está sentindo tem a ver com tais distúrbios. Outro ponto importante a ser considerado é que cada indivíduo, por ser único, sente os problemas de maneiras diferentes.


Os hormônios de cortisol e noradrenalina, por exemplo, são fatores importantes a serem considerados, já que interferem ativamente na regulação dos mensageiros químicos ligados à depressão e ansiedade.


Entretanto, um dos maiores problemas associados a esses distúrbios é o autodiagnóstico. Em enquete online realizada pelas integrantes do Calma, é psicológico!, entre Agosto e Setembro, dos 90 entrevistados, 52,2% das pessoas já se autodiagnosticaram, ou seja, não passaram por um profissional qualificado. A maioria (84,4%) dos participantes da enquete são mulheres, entre 18 e 25 anos.


Outro dado importante é que 90% das pessoas afirmavam saber sobre o que se tratavam os distúrbios e 63,3% confirma possuir ansiedade, pânico ou depressão. Das pessoas que têm conhecidos ou parentes com algum desses distúrbios, 68,9% não sabem o que fazer nessas horas.


É imprescindível o auxílio com um profissional, já que os sintomas se manifestam de formas diversas em cada indivíduo. Além disso, se dois ou três sinais são iguais aos da outra pessoa, ainda não significa que o caso será o mesmo.


A psicóloga Thalita Lacerda ressalta que, junto com o diagnóstico, vem a automedicação, o que pode se tornar um problema sério. “Se a pessoa diz que ela é desse jeito sem ter passado por um psicólogo ou psiquiatra, ela vai procurar se relacionar apenas de uma forma, vai dizer que tudo o que acontece é por causa do distúrbio, e isso dá a ela um rótulo muito grande”, explica.


Ela diz que isso faz com que a pessoa se reconheça como portadora do distúrbio e não consiga se ver de uma forma mais ampla. Além disso, o sujeito pode não ter nenhum transtorno mental.


É o caso de Z.O., que se autodiagnosticou com depressão. Tomou Clonazepam (conhecido como rivotril) escondido por 2 meses e meio. Ela tinha acesso ao remédio pela bisavó, que possui o distúrbio, mas não gosta do medicamento. “Eu vivia chorando. Tudo para mim era o fim do mundo. Quando eu estava sob efeito da medicação me sentia tranquila, mas tinha muito sono e dormia demais”. Ela contou que, em uma viagem com o namorado, ele encontrou o frasco. Uma amiga próxima também percebeu que algo estava errado e os dois orientaram-na a procurar um psicólogo.


Com E.A. foi um pouco diferente. Ela não se autodiagnosticou, pois desde nova já apresentava um quadro de depressão. Entretanto, quando a separação dos pais aconteceu, sentiu que precisava de alguma coisa. “Eu estava tendo muitas crises de ansiedade. Minha mãe tem depressão e me deu o remédio dela porque viu que estava difícil de eu suportar”. Ela afirma que tomou por, no máximo, 3 meses, mas quando se sentiu melhor, parou. “Minha mãe não tem especialidade médica nenhuma, só quis me ajudar a passar pela situação, mas eu sei que não é certo”, confessa.


Z. faz terapia atualmente, porém, se sente um pouco dependente do remédio. “Hoje eu tomo aqueles naturais, a base de flores porque não me prejudicam”. E. não passa por acompanhamento médico, mas afirma que, ao mudar a alimentação, já foi uma grande ajuda. “Hoje estou bem, acho que só teria crise se acontecesse algo bem difícil de passar”.



O que fazer quando sentir um ou mais sintomas se manifestando?


A melhor coisa que qualquer pessoa pode fazer é procurar ajuda profissional. A atividade multidisciplinar de psicólogos, psiquiatras e psicoterapeutas ajudam a entender os sintomas e a controlá-los.


Para os que estão de fora, Thalita afirma que ouvir é o melhor remédio.


“É bom dar conselhos, mas não viva a vida pela pessoa. Ela tem que viver por ela mesma. O máximo que o outro pode fazer é ajudar ouvindo e dizendo para que ele procure um profissional”.
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Eu sofro de depressão, e apesar de não ter um diagnóstico
oficial, eu acredito ser uma disordem. Me identifico com
vários pontos típicos desse tipo de depressão.

Wolf

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