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  • Foto do escritorAndressa Aricieri

Precisamos falar sobre suicídio

Ansiedade, pânico, depressão ainda são considerados temas tabus.


Quando o assunto é suicídio, a rejeição em abordar o tema aumenta consideravelmente.


Por muito tempo, a mídia fez parte deste globo que evitava, era inclusive proibida de falar sobre suicídio por uma conduta ética, mas – nos últimos meses – os veículos de comunicação têm mudado a postura.


O papel da mídia na sociedade, de acordo com o Manual da Organização Mundial da Saúde (OMS), é muito importante para a disseminação de informações. Além disso, pode ter um peso muito grande na prevenção do suicídio.


Segundo dados da OMS, em 90% dos casos – com tratamento adequado - seria possível que o suicídio não ocorresse. De acordo com o livro O poder da esperança, a mídia deveria tratar desse assunto de saúde pública e abordar o tema de modo apropriado.


Para relatar os casos, porém, é necessário que se faça uma avaliação de que palavras usar e não contar detalhes de como o atento foi feito – algo que era praticado no passado. Devem-se usar fontes de informações confiáveis, que podem ser encontradas no site da OMS e no Manual do Suicídio que é disponibilizado gratuitamente clicando aqui.


De acordo com levantamento online, realizado pela equipe do Calma! é psicológico neste ano, com 233 pessoas, 92,3% acreditam que a mídia deveria abordar mais o tema por ser questão de saúde pública. Entretanto, o restante da porcentagem acha que não é necessário, pois acredita que, ao se falar sobre o tema, os casos de suicídio aumentariam.


181 dessas pessoas disseram que parariam para ler textos que abordam o assunto, mesmo com estudos em desenvolvimento, porém, apenas 39,1% recomendaria os textos para amigos que sofrem de depressão.


Ivo Oliveira Farias é um dos primeiros Sobreviventes Enlutados pelo Suicídio a falar abertamente sobre o assunto. Sua filha Ariele atentou contra a própria vida, e desde então, o pai vai a grupos de apoio, palestra sobre o tema e dá entrevistas.


“Quando decidi contar a história dela, não escondi rosto ou nomes. Expus a vida pessoal e profissional. Com o passar dos anos, outros Sobreviventes, Enlutados, e também Tentantes, começaram a fazer o mesmo”.

Neste trabalho feito diariamente por Ivo, há uma importância maior que apenas deixar as pessoas saberem do acontecido. “Posso dizer que nós, Sobreviventes, estamos influenciando e impactando muito quando contamos nossa história, e como lidamos com ela depois que nos tornamos Sobreviventes Enlutados. Inclusive temos conhecimento de muitos Sobreviventes Tentantes que ficaram impactados com nossa história, influenciando-os a redefinirem suas condutas e ideações suicidas”, explica.


Segundo ele, a mídia ainda está aprendendo a lidar com o tema, mas já existem profissionais qualificados, que escrevem matérias abrangentes e muito boas, com entrevistas com psicólogos, psiquiatras, Sobreviventes Enlutados e Tentantes, e Voluntários do CVV. E desta forma conseguem colaborar na prevenção de novos casos.


Assim também acredita a jornalista Caroline Souza, que escreveu uma reportagem sobre como as redes sociais têm afetado os jovens. Para ela, escrever matérias que noticiem os casos de suicídio não ajudará a melhorar este cenário.


O que deveria ser amplamente divulgado, segundo Caroline, é conteúdo sobre prevenção. “As pessoas precisam conhecer os números, como isso está cada vez mais frequente e o que fazer para prevenir”.


Segundo dados da Agência Brasil, a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo. No Brasil, o ato acontece a cada 45 minutos. No total, chega a 1 milhão de suicídios no mundo. O psiquiatra Jorge Jaber indica o álcool como o segundo fator que leva ao aumento dos suicídios.


“Enquanto doenças infecciosas, cardiovasculares e tumores precisam de grande aporte médico e cirúrgico de alto custo, o impedimento médico do suicídio pode ser atingido com remédios bem mais baratos e somente conversando com o paciente.”


A abordagem sobre o tema é necessária para que se possa conversar mais abertamente, entendendo os lados e, possivelmente, oferecer ajuda e prevenir a morte.


O médico Antônio Geraldo da Silva ainda ressalta: “se negarmos a inexistência da doença mental, como vai ser possível falar de suicídio, sabendo que 100% de quem suicida têm algum problema psicológico? É uma doença como outra qualquer. Não escolhe raça, cor, nada”.

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Eu sofro de depressão, e apesar de não ter um diagnóstico
oficial, eu acredito ser uma disordem. Me identifico com
vários pontos típicos desse tipo de depressão.

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