Pânico: o que é?

O distúrbio parte de uma ansiedade mais aguda, causando transtorno de pânico e depois, os ataques.

Caracterizado por um medo inesperado, os ataques de pânico ocorrem sem aviso prévio. Podem surgir como ocorrências únicas ou acontecerem mais de uma vez, que é o que mais acomete as pessoas.

Segundo o livro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), a frequência também é variável, podendo haver ataques moderadamente frequentes por meses ou ocorrendo menos por muito tempo.

M.M.V., de 46 anos, conta que sofre com os ataques de pânico desde os 40. Dependendo de quão forte é a crise, ele fica impedido de fazer coisas corriqueiras, como dirigir. "Às vezes tenho isso quando começo a fazer mentalmente o trajeto de volta para casa, e começo a pensar nos perigos que podem surgir no caminho... E então sinto que tenho que parar a moto, relaxar e rezar para conseguir continuar", desabafa.

O pânico também pode surgir por algum acontecimento traumático que a pessoa tenha passado, e então, só de pensar na situação, o indivíduo pode ter uma crise.

Segundo a psicóloga clínica Chizélia Agamenon Felipe, o transtorno de pânico pode ser confundido com a Síndrome de Burnout. “A diferença entre os transtornos é que o pânico se manifesta em lugares distintos, enquanto Burnout é desencadeado em um lugar específico, normalmente no trabalho”, explica.

Assim como a ansiedade, o pânico também tem algumas variações.

Ansiedade Antecipatória

É quando a pessoa se sente ansiosa e tensa, tendo receio de uma próxima crise. Este 'medo do medo' pode ser extremamente incapacitante.

Evitação fóbica

É quando o indivíduo começa a evitar lugares ou situações por acreditar que possam ter causado um ataque anterior.

Agorafobia

É o medo de ter um ataque de pânico em situações que o indivíduo não conseguiria fugir. Em casos mais graves, a pessoa passa a se sentir segura apenas em casa.

Sintomas

Os sintomas de quem tem esse distúrbio também podem ser variados. Por ele ser uma vertente da ansiedade, algumas características serão comuns.

Mas os indícios de um ataque de pânico normalmente são verificados por dores no peito, coração acelerado, náuseas, sudorese, tontura, medo de morrer, além de pensamentos irreais e irracionais.

Porém, quem sofre com o transtorno de pânico tem medo de ter outros ataques e vive com eles em uma frequência maior.

Tratamentos

Assim como a ansiedade, os tratamentos podem ser diferenciados, porém o melhor que a pessoa pode fazer é a auto-observação e após verificar a sintomatologia, procurar auxílio profissional.

“Cada indivíduo é único, então o tratamento deve ser feito de maneira singular para cada pessoa”, conclui a psicóloga clínica.